BETCLIC queixa-se da concorrência desleal, mas quer ser a Tesla da inovação

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A Betclic quer ser “a Tesla” na inovação”. A casa de apostas está apostada em criar uma nova experiência de jogo através dos smartphones.

A Betclic, a primeira casa de apostas online licenciada em Portugal, debate-se com “o grande problema” da concorrência dos sites ilegais. Numa altura em que se decidiu centrar na melhoria da experiência de jogo, a operadora reconhece que o crescimento deste mercado é dificultado pelo acesso dos jogadores portugueses a jogos online ilegais.

Para travar esta “concorrência desleal”, a Betclic sugere uma “articulação mais próxima entre a entidade reguladora do jogo online e o Banco de Portugal”, para impedir que “sejam processados pagamentos a estes operadores”, diz Ricardo Domingues, diretor-geral da Betclic no país. O gestor adianta que o site 1xbet (sem licença no país) tem mais pesquisas no Google do que a Betclic e a Bet, as duas maiores casas de apostas do mercado nacional. Um estudo do Eurogroup aponta que 68% dos apostadores portugueses utilizam sites ilegais.

Ricardo Domingues, diretor geral da Betclic em Portugal. Fotografia: Adelino Meireles/Global Imagens

Esta fuga dos jogadores é explicada pelos “preços mais competitivos” que as casas de apostas ilegais oferecem. Como não estão reguladas, não pagam impostos e podem oferecer condições mais vantajosas ao apostador. Neste ponto, Ricardo Domingues frisa que a tributação em Portugal do jogo de apostas desportivas à cota “não é competitiva” e, assim, cria-se “um mercado menos apelativo para o utilizador”. Aponta o exemplo dos países escandinavos, onde as operadoras de jogos online pagam nove vezes menos impostos do que em Portugal. A situação nacional “é incomportável”, defende. A lei estipulou o pagamento entre 8% e 16% sobre as receitas do montante das apostas efetuadas.

Ricardo Domingues defende uma homogeneização das regras para as apostas desportivas online e para o Placard (jogo explorado pela Santa Casa da Misericórdia), e uma tributação com base na receita de jogo, sem contabilizar os prémios. A Betclic, que não divulga o montante de receitas obtidas em 2017 – primeiro ano de atividade integral -, é muito provavelmente líder no jogo online em Portugal. A casa de apostas de origem francesa tem 1,3 milhões de jogadores registados. “Gosto de pensar que sim, mas não existem dados individualizados, mas somos seguramente os principais operadores”, diz Ricardo Domingues.

No ano passado, o primeiro exercício completo, a atividade licenciada do jogo online gerou receitas de 122,5 milhões de euros, com as apostas desportivas à cota a registarem 68,1 milhões. Já ao nível dos jogos online de casino, Ricardo Domingues considera que a atividade “é competitiva, permite ter um negócio rentável, e está dentro do panorama europeu”. O responsável frisa que Portugal “seria um mercado muito difícil de operar se a Betclic trabalhasse só as apostas desportivas, o jogo de casino sustenta um pouco” o negócio.

No país, há sete operadoras licenciadas de jogo online de casino. A Betclic prevê, para este ano, um crescimento nas receitas da ordem dos 30%. A operadora quer captar mais jogadores e, para isso, decidiu focar-se no utilizador, apostar numa comunicação mais democrática e transversal a diferentes públicos e investir na experiência de jogo. Mais de 58% dos apostadores portugueses inscritos na Betclic utilizam hoje o telemóvel para jogar, quando em 2016 eram perto de 28,7%. Queremos ser “a Tesla na inovação” no mobile, “o jogo alterou-se significativamente nos últimos anos e nós estamos focados na inovação, em adaptar a experiência de jogo a este novo consumidor”.

*Notícia publicada no site Dinheiro Vivo

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